Três Passos pretende incentivar construção de cisternas na zona rural

17/03/2022 | Por: Talisson Lange



Conhecer as experiências de produtores que implantaram cisternas nas suas propriedades foi o objetivo das visitas empreendidas pelo prefeito, Arlei Tomazoni, juntamente com os técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura, Evandro Colombo e Marlon Schönhalz, no dia 17 de março, às localidades de Vista Alegre e Boa Vista da Romana, ambas no Distrito de Bela Vista.

A intenção da Administração Municipal é criar um programa, que ainda está em formatação pela equipe técnica, que visa incentivar a construção de cisternas nos empreendimentos rurais.

Segundo o prefeito, antes da escassez hídrica provocada pela estiagem, a atual gestão municipal já vinha planejando formas de resolver situações ocasionadas pela falta de água, sendo que o programa é uma solução encontrada para o consumo animal no interior do município.  “O programa está em fase de elaboração e por isso estamos indo conhecer onde as cisternas já estão em funcionamento para entender o processo”, pontuou Arlei.

A primeira cisterna escavada de Três Passos foi construída há 15 anos pelo produtor Milton Gehlen, na Boa Vista da Romana. Uma estrutura com canos galvanizados e lona de 0,80 mm, que apesar da ação do tempo, apresentam boa durabilidade e estão em perfeito estado.

Conforme explica o produtor, a cisterna tem capacidade de armazenar 480 mil litros de água captados da chuva através de calhas, e tranquilamente atende toda a propriedade que tem um consumo diário de 10 a 12 mil litros/dia.

Milton ressalta que construir uma cisterna não é difícil, que vale muito o investimento e que a manutenção do sistema, considerada por muitos como um empecilho para implantação, foi um processo aprimorado por ele nesses anos de experiência. Ainda, informa o produtor, a propriedade possui um poço artesiano de 140 metros que tem a capacidade de extrair 2 mil litros de água por hora.

Na propriedade de Leori José Schmitt, na localidade de Vista Alegre, o filho Álvaro administra o negócio familiar há 5 anos, sendo a suinocultura a principal atividade, onde são produzidos 1.200 leitões na fase de terminação, os quais consomem diariamente 14 mil litros de água.

O jovem explica que a água para consumo animal vem da cisterna implantada na propriedade há 11 anos, a qual tem 25m de comprimento, 6,70m de largura, profundidade de 4,75m e capacidade para armazenar 800 mil litros de água da chuva. Um investimento viável, segundo ele, pois é um recurso hídrico natural que provém de captação fluvial atendendo a demanda de consumo animal da propriedade a médio e longo prazo.

“Com esta estiagem, foi a primeira vez em 11 anos que tivemos que repor água por meio mecânico”, acrescentando que “a nossa demanda na propriedade é atendida de forma tranquila e necessária quando há volume de chuva médio para nossa região”.

Dos pontos positivos da cisterna, Álvaro destaca além da sustentabilidade ambiental, a qualidade no tratamento da água consumida, potencial de consumo dos animais e disponibilidade imediata do uso da água, além da garantia de estoque, renovação e captação da água quando chove.

Ele alerta que o material para construção da cisterna deve ser todo inoxidável ou galvanizado a fogo para evitar ferrugem e a área de captação deve ser observada, pois em sua propriedade, um dos fatores considerados negativos por ele, é que há apenas 100m de calhas, o que interfere na quantidade de água captada.

Os técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura, destacam que o tamanho da cisterna é dimensionado baseado na área do telhado do empreendimento, precipitação média anual e por último consumo dos animais.

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